O gato, ou antes, a gata, é que sabe onde é que se está bem. E se a gata decidiu sentar-se em cima da telefonia é porque é ali que se está bem, como é evidente.
A gata é a Lolita.
A Lolita é a única entre os gatos ao nosso cuidado que não pertence propriamente a um gatil. Prefere a zona onde se prepara a medicação para os gatos e onde vivem dois cães tão velhos como ela, de quem ela gosta e aos quais se aconchega.
A Lolita é uma gata idosa que ficou sem casa quando a dona, idosa também, morreu. Quando é que esta coisa de deitar fora os amigos dos que partem acaba?!
A Lolita tem um problema renal, que obriga a soroterapia. É muito frágil. Pesa muito pouco. É preciso estar sempre de olho nela, a ver se come, a ver se bebe, a ver se toma os medicamentos todos. E a ver onde escolheu empoleirar-se para dormir a sesta ou, simplesmente, observar o desconcerto do mundo.
A Lolita está disponível para adopção, mas talvez a última casa dela seja, de facto, esta, onde quer que lhe apeteça sentar-se ou deitar-se na zona de entrada do Gatil da União Zoófila, onde pode ser conhecida e admirada.