Quando a Dani foi acolhida na União Zoófila estava terrivelmente assustada e, ela própria ainda um bebé, grávida.
Foi possível interromper a gravidez. Fizemo-lo.
Permitir que mais nasçam, quando não conseguimos cuidar dos que vivem, respiram e sentem e todos os anos são abatidos mais de cem mil cães e gatos em canis municipais, seria criminoso.
A Dani recuperou perfeitamente, mas manteve-se receosa do contacto humano. Primeiro portava-se como se fosse morder-nos se nos aproximássemos demais. Depois encostava-se a um canto e, encolhida, gania. Ficava tensa mas não reagia agressivamente.
Só bem mais tarde, com a ajuda preciosa de um ou outro biscoitinho, ela começou a aproximar-se se, sentados no chão, ficássemos imóveis. Não podíamos mexer-nos ou ela fugia.
Se ficássemos muito quietinhos, a Dani cheirava-nos a parte de trás das orelhas e do pescoço. Com sorte, podia olhar-nos directamente nos olhos, como quem pergunta ‘quem és tu?’
Não interessa quem sou eu ou o que sou eu, Dani. O que interessa é que não estou aqui para fazer-te mal.
Ela entendeu. E deixou que a acariciássemos e que o Paulo, voluntário na União Zoófila, lhe pegasse ao colo.
Muito obrigada a todos os voluntários! Sem vocês nada seria possível. Nada.
Já agora, a Dani não está disponível para que a conheçam e venham a adoptar porque foi adoptada esta semana!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!