A Cotovia foi acolhida na União Zoófila há cerca de meio ano. Magra, mordida pelas carraças, aterrorizada.
A União Zoófila é um campo de refugiados em que os refugiados são cães e gatos vítimas de todas as formas de negligência e maus tratos. Quando um novo amigo chega, é preciso cuidar de arranjar-lhe alojamento, cama, comida e água.
(Obrigada a quem doa alimento em campanhas nos supermercados ou nos entrega directamente ração no abrigo e a quem nos ajuda pagar a conta da água.)
A União Zoófila não é, e não será, um armazém, onde os animais são acumulados sem que antes saibamos se somos capazes de lutar por eles. Isso não é proteger animais. Isso não é defendê-los.
A Cotovia entrou na boxe que preparámos para ela e encostou-se imediatamente à parede, como se quisesse desaparecer nela. Toda a distância que pudesse estabelecer connosco era pouca. A Cotovia era medo. Medo. Só medo. Para que as carraças que a devoravam a deixassem em paz, colocámos-lhe uma coleira Scalibor. Ela permitiu que o fizéssemos, ou seja, não tentou morder, mas o estado de tensão era tal que parecia paralisada.
(Obrigada a quem nos ajuda doando ou permitindo que compremos desparasitantes externos e internos.)
Dissemos-lhe que dormisse bem naquela noite. E fechámos a porta. Até amanhã, Cotovia.
Depois, constatámos que, além de subnutrida, a Cotovia sofria de febre da carraça. Foi medicada.
(Obrigada a quem nos ajuda a comprar medicamentos para tratar de quem não tem nada nem ninguém.)
A Cotovia chegou em pleno Inverno à União Zoófila. Estava tão magra que dificilmente conseguiria aquecer-se. Passou grande parte do Inverno com uma capinha de cor roxa com fitinhas na zona do decote. Tão linda!
(Obrigada a quem nos ajuda a aquecê-los nas noites firas de Inverno.)
Certo dia, a Cotovia desatou a correr na zona de recreio. Parecia alegre. Já não se encostava às paredes. Mas ainda não permitia festas.
Mais tarde, começou a aproximar-se de alguns voluntários e permitiu até selfies junto deles. Mostrámos aqui pelo menos uma
(Obrigada aos voluntários, pelo esforço desinteressado e pelo amor verdadeiro)
E depois a Cotovia soltou-se completamente. Não mais o medo. Não mais a fome. Não mais a doença. E a Cotovia passou a brincar connosco. E a desafiar-nos para a brincadeira. E nós ríamos das maneiras inusitadas que ela arranjava de ‘pentear’ as orelhas.
A Cotovia foi esterilizada. Há demasiados animais sem família para que seja legítimo, ou sequer, moral, permitir que mais nasçam.
(Obrigada a quem nos ajuda a pagar as cirurgias de quem não tem nada nem ninguém)
E a Cotovia foi adoptada! Não foi só a sua família humana que se encantou com ela. Foi também o cão residente, totalmente rendido à beleza e à gentileza da nossa querida amiga. E como aqui se vê, ela retribui à altura.
(Obrigada a quem adopta e não compra e obrigada aos cães residentes que repartem)
Sê feliz, Cotovia!
Muito obrigada aos adoptantes!
Amigos, se a Cotovia está bem e é feliz é também por causa de vocês. Desde a coleira Scalibor para a livrar das carraças, até aos medicamentos contra a febre da carraça, sem esquecer a esterilização, tudo teremos de pagar e só podemos fazê-lo com a ajuda de quem apoia o nosso trabalho.
Se puderem, não deixem de associar-se ou façam um donativo para que muitas outras Cotovias – e Cotovios, claro,
Pode ajudar a missão da União Zoófila usando, por exemplo, o botão Fazer um Donativo, que remete para o sistema de paypal, no cimo desta página. Ou através de transferência bancária.
Transferência bancária para:
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