É com grande pena que, mais uma vez, nos vemos obrigados a vir dar resposta a mais uma acusação que envolve um dos muitos animais que acolhemos.
A União Zoófila recebeu, em 2021, um apelo de terceira pessoa para ajudar 2 cadelas.
Essa terceira pessoa entregou as cadelas aos cuidados da União Zoófila e transmitiu que uma das cadelas tinha sido encontrada no meio da rua e a outra vivia acorrentada numa propriedade, juntamente com outros animais.
Ambas as cadelas apresentavam uma protuberância no abdómen. Protuberâncias essas que chegavam a arrastar no chão, como as imagens elucidam. A cadelinha agora denominada de Violeta não conseguia, praticamente, andar.
Ao contrário da outra cadela (denominada de Gira), a Violeta não tinha chip nem qualquer outra identificação. A Gira tinha chip em nome do Sr. Manuel.
Ao cuidado e sob responsabilidade da União Zoófila, a Violeta foi alvo de intervenção cirúrgica. A Gira foi também alvo de intervenção cirúrgica, sob nossa responsabilidade, quando o seu detentor nos informou não ter capacidade financeira para se responsabilizar pelos cuidados veterinários necessários, e concordou com a nossa intervenção.
Enquanto isso a União Zoófila comunicou com o Sr. Manuel, pedindo-lhe para que não voltasse a acorrentar a Gira (temos indicação que a situação foi sinalizada pelas autoridades e o espaço visitado pelo SEPNA).
O Sr. Manuel contou-nos que a Violeta era apenas “uma cadelita que tinha aparecido por ali” e que a cadela Gira era “boa para a caça”, pelo que nos referiu que seria importante a sua total recuperação.
Foi lhe entregue a Gira (cadela chipada em nome do mesmo), tendo a União Zoófila oferecido que a comunicação entre as partes se mantivesse, a fim de ajudarmos o Sr. Manuel no que necessitasse, dentro das nossas capacidades.
Questionámos o Sr. Manuel se tinha interesse em acolher a Violeta, chipando-a e dando-lhe os cuidados necessários, já que a Violeta, por ser uma cadela idosa, mais debilitada e com vários problemas de saúde, deveria ficar protegida no interior da habitação, ao qual o Sr. Manuel nos respondeu que isso não poderia fazer.
O Sr. Manuel assumiu não ter condições para se tornar o tutor da Violeta, considerando que connosco a Violeta teria “alguém que lhe pudesse dar os tratamentos necessários”.
Ora, tendo isto em conta, a Violeta permaneceu connosco, sendo que a União Zoófila se responsabilizou por todo o seu cuidado, como o faz com todos os residentes do seu abrigo!
A Violeta encontra-se bem, com todos os cuidados de saúde necessários, conforme visível nas imagens.
Apelamos a que este tipo de acusações se façam suportar por um trabalho dedicado de investigação jornalística.
Infelizmente, acreditamos que a exposição dada a estes casos abrirá as portas a muitos mais já que, como sabemos, todos os animais que nos chegam vêm de situações de abandono, ou negligência, ou maus-tratos, e muitos deles são animais com histórias de vida complexas e conflituosas, pelos quais a União Zoófila se responsabiliza na ausência de outra pessoa ou organização que o faça.
Este tipo de situações prejudica a União Zoófila e, muito, todos animais ao seu cuidado.
No que se refere à nossa não comparência no programa da SIC “Linha Aberta”, fomos convidados para o mesmo com pouco mais de 24 horas de antecedência. Explicámos que tínhamos já agendados processos para a tarde de hoje com candidatos a adoção, processos esses que levamos a cabo com o maior cuidado, e que não os iriamos cancelar.
Questionámos a redação do referido programa sobre qual seria o formato do mesmo, sendo que não quiseram entrar em detalhes. Desconhecíamos quem estaria presente ou não.
Não consideramos que isto seja assegurar o “direito ao contraditório”, já que nenhum jornalista nos contactou a fim de investigar o outro lado da história.
Segue o email que enviámos à redação do “Linha Aberta”, cujo conteúdo foi lido apenas parcialmente no programa de hoje, e ao qual não obtivemos resposta (nem ao convite que deixámos patente).
Obrigada.
A Direção da União Zoófila