O nome dele é Mãozinhas ou Manitas, Manitas de Plata.
O Manitas de Plata viveu a vida toda na rua. Era um cão de rua, conhecedor das estratégias de sobrevivência em ambiente adverso.
Todos sabemos, e ele mais do que todos, que a regra número quando nos sentimos em perigo é manter os outros afastados. O Manitas é exímio na táctica a que daremos o nome ‘se te aproximas, levas, ai levas, levas!’
O Manitas envelheceu na rua. E começou a sofrer de artroses. Também o coração dele começou a ficar cansado.
O Manitas foi acolhido na União Zoófila, onde manteve as tácticas que lhe haviam permitido chegar a velho na rua.
Tocar-lhe?! Nem pensar!
O verdadeiramente trágico pode, às vezes, ser terrivelmente cómico. Por exemplo: pôr uma coleira ao Manitas para o levar a passear.
Bom, faz-se um laço suficientemente largo e, mantendo-nos à distância e a salvo, tentamos enfiar-lho pela cabeça. Conseguimos! Levamos o Manitas a passear.
Mas… e depois… tirar-lhe a coleira? Quem aproximará a mão do pescoço dele, que fica ali tão perto da boca?
Isso foi há algum tempo já. Porque o Manitas de Plata mudou. Tanto que há quem consiga pegar nele ao colo.
O Manitas está cansado da guerra. Ou então percebeu que os inimigos ficaram lá fora, do outro lado do portão verde da União Zoófila.
O combate acabou, Manitas. O guerreiro pode, enfim, descansar – entre amigos.
O Manitas de Plata está disponível para que conheçam, conquistem e venham a adoptar na União Zoófila. Tem as patinhas da frente deformadas. É medicado para uma série de problemas de saúde associado à idade.
Olhos nos olhos, o Manitas promete não morder ninguém – ninguém em quem confie, claro.
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